SÍNODO DA AMAZÔNIA, “ECOLOGIA INTEGRAL” E RELAÇÃO ESPECIAL DOS POVOS INDÍGENAS COM A TERRA

Autores

  • Ana Catarina Zema de Resende
  • Keyla Pataxó

DOI:

https://doi.org/10.46731/RELICARIO-v6n12-2019-137

Palavras-chave:

Sínodo da Amazônia. Ecologia. Povos indígenas.

Resumo

Em outubro de 2019, após a intensidade e o alcance dos incêndios que atingiram a floresta amazônica, bispos da Igreja Católica Romana, lideranças indígenas e peritos se reuniram para discutir a situação vulnerável dos povos e da biodiversidade da região. O Documento Final do Sínodo Amazônico reconheceu a crise ambiental como um desafio geracional com consequências sociais e econômicas e fez um apelo à sociedade para que busque formas de vida mais modestas e respeitosas da natureza, convocando todos para uma profunda “conversão ecológica”. A noção de “ecologia integral” que inspira essa conversão, é apresentada, na encíclica Laudato Si’, como paradigma relacional e como um processo capaz de estabelecer pontes entre o cuidado com o território e o desenvolvimento. A proteção dos povos indígenas e seus territórios é considerada exigência ética fundamental e imperativo moral coerente com o enfoque da “ecologia integral”. Com o intuito de contribuir para o debate em torno da noção de “ecologia integral”, propomos nesse artigo uma análise dos documentos produzidos pelo Sínodo da Amazônia e dos documentos produzidos pela Organização das Nações Unidas sobre a relação dos povos indígenas com a terra. Veremos que a compreensão dessa relação é fundamental para o reconhecimento do papel vital que os povos indígenas desempenham na luta contra as alterações climáticas e que a preservação dos territórios indígenas constitui a melhor forma de salvar a Amazônia e evitar a destruição da floresta.

Biografia do Autor

Ana Catarina Zema de Resende

Pós doutoranda em Ciência Política na Université Laval, Quebec, Canadá. Membro pesquisadora da Chaire de recherche sur le développement durable du Nord. Pós-doutora pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Doutora em História Social (UnB). Membro pesquisadora do Grupo de Estudos em direitos étnicos MOITARÁ. Membro pesquisadora do Observatório de Direitos e Políticas Indígenas (OBIND) do Departamento de Estudos Latino-americanos da Universidade de Brasília (UnB).

Keyla Pataxó

Keyla Francis de Jesus da Conceição é indígena Pataxó, advogada, graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Mestre em direito pela Universidade de Brasília (UnB); doutoranda em direito no Programa de Pós-Graduação em Direito pela Universidade de Brasília (UnB). Membro pesquisadora do Grupo de Estudos em direitos étnicos MOITARÁ.

Downloads

Publicado

2020-07-08

Edição

Seção

DOSSIÊ O SAGRADO E O MEIO AMBIENTE II: Sínodo da Amazônia e Biomas Brasileiros